Quais são os MITOS de APRENDIZAGEM e como superá-los

No mundo do aprendizado, é comum nos depararmos com ideias e crenças que, apesar de amplamente difundidas, não refletem a realidade. Esses mitos podem influenciar a maneira como abordamos a educação, tanto no âmbito pessoal quanto corporativo. 

No conteúdo de hoje vamos conhecer quais são os principais mitos sobre aprendizagem e quais condições prover para um ótimo aprendizado. 

⚠️ Spoiler alert: se você curte listas, vai se deliciar com o conteúdo de hoje! 

🎙️ Caso prefira ouvir este conteúdo:

Mitos de Aprendizagem

Fonte: Profa Kelly Palmer | PUCRS – “Acabando com os mitos da aprendizagem”

Mito 1: Usamos apenas 10% de nossos cérebros. 

Confesso que logo de cara já fiquei um pouco chocada com esse aqui, pensando que “poxa, SÓ ISSO? 🫠” No entanto, a neurociência mostra que usamos quase todo o cérebro em diferentes momentos, especialmente durante o processo de aprendizado (UFA!). 

Um estudo realizado pela Universidade de Stanford revelou que mesmo atividades simples, como resolver um quebra-cabeça, ativam múltiplas áreas do cérebro. O mito dos 10% surgiu no início do século XX e persiste mais como um apelo cultural do que como fato científico.

Mito 2: Um lado do cérebro é mais ativo dependendo da habilidade. 

Você já ouviu falar que pessoas criativas são “pensadores do lado direito”? Eu já tinha ouvido falar e confesso que sempre me confundia em qual lado era melhor para quê. Contudo, neurocientistas afirmam que usamos ambos os hemisférios cerebrais constantemente. 

Por exemplo, ao escrever um e-mail, você pode usar o lado esquerdo (mais associado ao raciocínio lógico) para estruturar as frases, enquanto o direito contribui para a criação de um tom empático. 

Em resumo, não somos dominados por um hemisfério ou outro, mas sim pela interação entre ambos. Chega de tentar decorar pra que serve cada lado do cérebro (risos!).

Mito 3: Temos estilos fixos de aprendizagem. 

É comum ouvir que algumas pessoas são “visuais”, enquanto outras aprendem melhor de forma “kinestésica” ou “auditiva”.

Aqui um parênteses se você, assim como eu, não sabia o que “kinestésico” significa! 

Este termo é usado para indivíduos que aprendem melhor através da experiência prática e do movimento. Pessoas kinestésicas tendem a se envolver ativamente em atividades físicas e a utilizar o corpo como uma ferramenta essencial para a assimilação de informações. Esse tipo de aprendizagem é frequentemente observado em atletas, dançarinos e profissionais que trabalham em áreas que exigem habilidades motoras finas. Interessante, né? 💡

Bom, mas voltando ao assunto… Embora possamos ter preferências por determinadas formas de aprendizado, pesquisas indicam que a combinação de múltiplos formatos é mais eficaz. 

Por exemplo, em programas de microlearning corporativo, o uso de vídeos curtos combinados com quizzes e leituras complementares pode atender a diferentes preferências, enquanto melhora a retenção e a aplicação do conhecimento.

Mito 4: Aprendemos apenas em determinados momentos da vida. 

Esse aqui é um mito que eu AMO quebrar. A ideia de que somos mais receptivos ao aprendizado na infância ou juventude não é completamente verdadeira. Graças à neuroplasticidade, o cérebro humano tem a capacidade de se adaptar e aprender em qualquer idade. De fato, aprender um novo idioma pode ser mais desafiador para adultos, mas não é algo inalcançável. 

O segredo está em manter a motivação e criar práticas consistentes de estudo. Então chega de criar desculpas só porque “você não tem mais idade para isso”, hein!?

👉 Dúvida que não quer calar: Qual mito te surpreendeu mais?

Agora que desmistificamos alguns mitos, é hora de entender o que realmente importa para criar um ambiente propício ao aprendizado. Bora!


Condições para um Ótimo Aprendizado

1. Relevância 

Para que o aprendizado seja efetivo, é fundamental que o conteúdo tenha significado para o aprendiz. 

Por exemplo, imagine um treinamento corporativo obrigatório para gerentes sobre contratação de novos colaboradores. Se um gerente não está contratando no momento ou já possui vasto conhecimento sobre o tema, o treinamento pode parecer irrelevante e não surtir efeito. 

A solução é personalizar os treinamentos, conectando-os às necessidades reais de quem aprende. E aqui um PS rápido: se você conferiu o conteúdo/episódio anterior sobre “Novas Formas de Aprender” vai conseguir fazer uma conexão aqui, hein!

Ah, não conferiu? Então tá aqui para você: ⤵️

2. Mindset 

Ter uma mentalidade de crescimento é crucial para aprender algo novo. O conceito, amplamente abordado pela psicóloga Carol Dweck em seu livro Mindset, ressalta que acreditar em sua capacidade de desenvolvimento é o primeiro passo para superar desafios (”I believe I can learn this” – eu acredito que consigo aprender isso). Por exemplo, colaboradores que encaram erros como oportunidades de aprendizado estão mais propensos a evoluir.

3. Fatores externos 

Ambientes de aprendizagem tranquilos e bem estruturados também fazem a diferença. Em um contexto de trabalho remoto, isso pode incluir espaços virtuais sem distrações (desabilitar as notificações do Slack enquanto faz seu momento de estudos pode ser uma ótima ideia!), fones de ouvido com cancelamento de ruído e pausas programadas na agenda para reflexão/estudo (e não apenas reuniões atrás de reuniões…). 

Caso você esteja no ambiente presencial, salas de estudo ou de concentração, com acústica favorável ao silêncio, são ótimas opções!

4. Emoções 

Nosso estado emocional afeta diretamente a capacidade de aprender. Emoções positivas, como entusiasmo e curiosidade, aumentam a absorção de informações. 

Por outro lado, sentimentos como ansiedade e frustração podem bloquear o processo de aprendizado. Investir em um ambiente psicologicamente seguro, onde possam compartilhar como se sentem, é uma estratégia valiosa para empresas que desejam potencializar a aprendizagem de suas equipes.

E por fim, mas não menos importante, ele:

5. Sono 

Embora frequentemente negligenciado, o nosso quinto elemento da lista desempenha um papel essencial na consolidação da memória

Estudos indicam que a falta de sono não apenas reduz a capacidade de foco, mas também prejudica a retenção de informações. Criar rotinas que valorizem a higiene do sono pode fazer toda a diferença, tanto para aprendizes quanto para facilitadores.


Conclusão

Ao desmistificar crenças equivocadas e entender as condições que favorecem a aprendizagem, damos um passo significativo em direção à criação de ambientes mais eficazes e humanizados. Aprender não é apenas uma questão de técnica, mas também de contexto, atitude e bem-estar.

Se essas reflexões fizeram sentido, continue por aqui! Nos próximos conteúdos vamos continuar debatendo mais temáticas do universo de aprendizagem.

Deixe um comentário